Fusão Uem/Fafipa - Comentário do jovem leitor Cleber Viotto

Recebi um e-mail do Cleber Viotto, 23 anos, solicitando que a gente publique um texto de sua autoria a respeito do tema fusão Uem/Fafipa. Fico contente em ver que tem jovens como o Cleber que se preocupam com temas tão importantes como esse que está sendo debatido por nossa comunidade. A participação dos jovens, sem dúvida, é fundamental, pois eles serão os eventuais beneficiários das mudanças que podem acontecer num futuro próximo. Neste artigo, o Cleber coloca sinceridade e excelentes questionamentos. Vale a pena ler.

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Bom, como pretenso futuro concorrente a uma vaga no meio universitário, especificamente na área da engenharia, e diante de um debate sobre uma possível universalização da FAFIPA, fiquei sabendo através do site www.noroestão.com.br do meu amigo Carlos (KK) Scarabelli, que estava circulando pela internet uma discussão sobre o assunto citado acima.

Li todos os artigos à respeito do debate sobre a universalização da FAFIPA, e também os comentários referidos à tais artigos.

Até agora, o que li me agradou por um lado e me desagradou por outro. Mas, para mim que não sou nenhum sujeito dotado de muita inteligência, concordar ou discordar é tão simples como respirar ou beber água. Fazer as questões certas sim, e obter as respostas que vêm de ambos os lados, tanto discordantes quanto concordantes podendo então discernir o que é realmente bom para o futuro da cidade em que nasci, e pretendo permanecer por um longo tempo, e então, defender a idéia com unhas e dentes.

Todos aqui sabemos que uma Instituição de Ensino, é o guia intelectual e também o que define o futuro de uma cidade, e consequentemente seu pensamento e possíveis direções futuras.

Lendo os artigos do Leandro Machado pude entender (apesar da acidez da linguagem do primeiro artigo, e de eu não concordar com ele em todos os pontos) que: Seriam um malefício a possível união de ambas as instituições, e que a fusão poderia "matar" uma ascensão da cidade de Paranavaí como um possível pólo universitário independente, e que, após a fusão, a FAFIPA seria uma extensão de uma universidade maior, porém, subjugada à segunda instituição que estaria determinando quais as direções que nossa faculdade deveria ou não tomar. E que os que são à favor da ideia, estariam apenas tentando empurrar goela a baixo aos futuros estudantes da nossa faculdade, a possibilidade de um futuro melhor que nem de longe foi definido.

O artigo do Cassio, a meu ver, apesar de mais comedido não foi claro o bastante para mim, apenas ficaram no ar possíveis sonhos de conseguir mais dinheiro, e ter independência financeira, e de trazer cursos com maior facilidade à cidade, incentivando assim a pesquisa e extensão da própria universidade oferecendo cursos abertos à comunidade não acadêmica.

Já o professor José Augusto, apesar de em seu primeiro artigo, ter escrito de forma informativa acerca de alguns dos professores do quadro da fafipa serem maringaenses e que fazem um esforço de vir todos os dias dar aulas em nossa cidade, e ter feito comparações da fusão da UEM com a FAFIPA, com à de bancos que se unem em meio a esta crise financeira (o que me causou um pouco de estranhamento, pois não há como relacionar uma união entre instituições financeiras com IES, devido à grande distância entre as duas instancias) no segundo, não fez mais do que acusar o Leandro Machado de xenófobo, e vincular suas idéias à coisas que são dígnas de repúdio, como o movimento dos Skinheads, aos Nazistas e Facistas porque este não é a favor da fusão, contradizendo-se quando requisita um debate sério e sem ofensas, com respeito recíproco às idéias de ambos os debatedores, não vi nada mais do que rotulações odiosas. Com excessão da parte em que ele cita os pontos bons da UEM em si, não vi nada mais além de acusações falsas e tentativas de desqualificar o único adversário, de forma a meu ver, desonesta e até covarde como se seus argumentos (do professor J. Augusto) fossem o eco máximo da verdade, se escondendo atrás da multidão. Peço ao senhor que se manifeste sobre o assunto sem distorções de fala e indo direto ao ponto, mostrando à mim e tantos outros que serão um possíveis beneficiados com a universalização da FAFIPA, que também estão acompanhando o debate, e querem as respostas que realmente estão envolvidas aqui.

Eu reconheço que a UEM é uma instituição de ensino respeitável, que seja a melhor do Paraná, que seja prestadora de serviços à comunidade, mas isso toda instituição de ensino séria faz. inclusive a FAFIPA, vou dar alguns exemplos:

Ontem mesmo tive de ir ao PA por motivo de doença, e quem me atendeu? Uma estudante de enfermagem da FAFIPA. As academias da terceira idade, se não me falha a memória, tem a orientação feita por estagiários do curso de educação física. Entre outras iniciativas, vindas direta ou indiretamente da faculdade.

Agora eu como indeciso, pergunto aos que são expressamente à favor. Já que só o lado oposto manifestou algum argumento claro à meu ver, como as conquistas que estão sendo realizadas (a verba de 1,5 milhões, os veículos, além do laboratório de informática que segundo alguns amigos que estudam na fafipa, foram todos trocados no ano passado).

1 - Quais as reais condições de autonomia que a UEM daria à FAFIPA?

2 - Quais os benefícios que a fusão traria a cidade, e quais os pontos que reforçam essas cogitações?

3 - Quais os cursos que os senhores pretendem trazer à cidade assim que a FAFIPA se tornar universal?

4 - Quais as pesquisas que hoje nas áreas já exercidas pela FAFIPA, poderiam trazer um reconhecimento para a cidade, à partir de uma possível verba maior chegando à universidade?

5 - Quais os indicadores de previsão de um crescimento da cidade com essa possível fusão?

6- E se caso essa fusão não ocorrer, o que os senhores que são a favor fariam para levar a faculdade ao nível de universalidade?

Até então, possivelmente todas as respostas desses questionamentos seriam com base em hipóteses (não temos ainda certeza alguma de que isso se realizaria), talvez seria mais palpável que nós lutássemos não por uma fusão, mas sim, pela universalização independente. Creio que isso traria mais força e expressão para nossos estudantes, que teriam mais representatividade perante a própria sociedade. Mais isso deve ser tratado de forma racional, ainda mais quando se trata de um assunto dessa ordem.

Cleber Viotto, 23 anos.

Até então, envergonhado por ter apenas completado o ensino médio.

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