segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Fusão Uem/Fafipa - Mais um artigo do Leandro Machado

O nosso leitor Leandro Machado nos repassou um artigo sobre a fusão Uem/Fafipa
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O BRILHO OFUSCANTE DA NEUROSE
Existem duas coisas distintas e importantes para se entender em uma discussão: o contexto que está envolvido, e, a identificação da condição humana. Condição essa que não é no sentido humanista da coisa (como a idéia que se tinha de homem na idade renascentista que tenta entender algo partindo de si mesmo), mas, no sentido de avançar na compreensão do que vai além da imagem.
Machado de Assis nos apresenta um louco que é alienista, Simão Bacamarte é o próprio esclerosado que quer resolver a situação da sociedade através de um recorte da realidade¹. Bacamarte tenta solucionar os problemas de uma cidade (Itaguaí/RJ) com a ciência, mas uma ciência não tem a prudência de discernir quais as consequências quando a pessoa está fascinada pelo possível resultado. Todo ser humano persegue um bem, porém este bem não pode estar direcionado nas opiniões que não conhecem oposição e reflexões verdadeiras.
No desencadeamento da desordem, alguém surge com o personagem de batalha,² um cavaleiro que simbolicamente busca a ambigüidade das coisas para resgatar o modelo do ideal, que é contextualização dos fenômenos sociais. Quando Miguel de Cervantes coloca o jovem bacharel Sansão Carrasca, com a intenção de ser um farsante no enredo (este, detentor de uma pseudo cultura moderna barata, ou mesmo qualquer porcaria política decadente de intervenção totalitária na vida das pessoas, que existiu e e ainda continua entre de nós). Ele mostra que a tentativa do estabelecimento da ordem pode ser restaurada, quando o símbolo responsável para resgatar a ordem não tem sucesso e acaba de mãos dadas ao infortúnio. Nesse instante, Miguel de Cervantes prova que no mundo de Simões Bacamartes, até a idéia de ordem pode transfigurar como inadequado as ações e projetos do momento (ai que se dá o engano, a chave de tudo está explicita). Quando o Simão tenta sufocar esta manifestação, na verdade está se ajoelhando para o cavaleiro atingir um patamar de entendimento aprofundado das situações maquiadas.
“Cada um precisa de um principio de ordem na sua vida, depois, só depois, pode querer interferir na ordem do mundo” segundo Olavo de Carvalho.
A fusão UEM/FAFIPA está sendo trabalhada por alguns Bacamartes que estão fazendo do restante dos interessados na discussão (não que suas falas não tenham alguma validade), só que pouquíssima, quando esse está perdido em um mundo de ideologias de quarta casta³, ou, de loucos que só querem usar os cidadãos como cobaias.
É assim, que vozes e imagens sem eco e reflexo, se deixam permanecer numa posição de estupor intelectual, sem sair de um nível de aprendiz de estudioso. Por quê? Medo de assumir que podem estar equivocados ou assustados em renegar a aquilo que coloca o pão na sua mesa.
Machado de Assis diria em um sentido figurado: “Bacamarte, não se pode desnortear a vida das pessoas (mesmo que seja um eterno acadêmico, na tentativa de se curar) a questão é explicar à elas, que, dentro de cada um há algo de intuitivo que poderá esclarecer o seu valor próprio, sem necessariamente a sua vida estar pautada em sombras de hipóteses primárias e juvenis.
A preocupação não é com “Itaguaí”, mas com uma idéia pouco definida e analisada, isso pode pesar de forma negativa na vida dos Itaguaenses. Hoje a FAFIPA está realizando uma expansão da estrutura administrativa. Receberá R$ 1.500.000, um veiculo já está sobre sua posse (está por vir outro), e tem um projeto para receber um ônibus (segundo informações de quatro dos professores do quadro docente, que não participaram da reunião fechada com a secretaria de tecnologia). O curso de Serviço Social resolveu a falta de professores. Sendo assim, esta situação parece ideal à FAFIPA, ou, para um golpe de apoderamento. Ouça a voz de Simão Bacamarte a falar com voz dócil e irônica: olha pra cá voz ao vento, será desenvolvido o ensino, a pesquisa e a extensão, se o intuito de uma Faculdade ou universidade não for e estiver sendo realizar isto e visando melhorar, então pode-se fechar as portas e prender todos os farsantes (somente os farsantes) que trabalham nela, ou é assim, ou . . . nos perderemos no brilho de uma neurose cegadora.
Três tipos de interesse implícito em uma pessoa com intenções subliminares podem ser classificadas nesse panorama (pode haver só um ou todos na mesma, mas não é o caso discutir isso agora) mascarando e desfigurando o cerne da discussão (o que é? A Universalização) encaminhando-a para um nível periférico. Primeiro dos interesses: O “pessoal”: de cunho financeiro e de status (acadêmico, social, comunitário, dentre outros); O “político”: surge no individuo que está em todas as discussões porque tem pretensões políticas; E o “terceiro”: que na verdade tem até boas intenções, só não sabe que não funciona o “politicamente correto” (não tem a mínima idéia do que está fazendo na discussão), o último caso é o mais fácil de solucionar é só lhe dar de presente o livro “Os Noivos” de Alessandro Manzoni, e rezar para que ele não subverta o significado real implícito no contexto da obra 4.
Não se discute de forma apaixonada uma união de Instituições de Ensino Superior, porque muitas das idéias que parecem maravilhosas à princípio, sem que o interlocutor se preocupe com o contexto real que está aí inserido, sendo assim, apaga-se uma luz ofuscante com a seguinte metáfora silenciadora: “Ninguém ajuda um catador de material reciclável desenvolver seu patamar cultural lhe dando uma cesta básica para estudar”. Não adianta atingir o pólo abissal (obscuro) para tentar chegar no pólo luminoso. Precisamos entender o objetivo pelo qual lutamos, esse é o caso em que estão se desenrolando nos debates sobre a FAFIPA, que é necessário que seja enfatizado.
Leandro Machado
Pedagogo formado pela FAFIPA
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Notas do autor:
1 - Só a ciência não é capaz de resolver nada, porque é um conhecimento técnico de algo, a tomada de decisão é algo político, que envolve religião, economia, cultura, sociedade.
2 - Se refere a figura do cavaleiro do Livro “Dom Quixote” de Miguel de Cervantes, que chama-se Quijada ou Quesada, ou Quixada. Traduzido por Visconde de Castilho e Azevedo, Circulo dos Livros S.A. São Paulo.
3 - Casta, são ordens naturais inerentes ao ser humano, que definem o sentido do seu interesse e objetivos: 1º casta: Intelectuais (estudiosos e religiosos), responsáveis pelo guiamento da sociedade; 2º casta: Governantes (Legisladores, Juízes e Militares) que exercem o poder; 3ºcasta: Fabril (empresários), responsáveis pela relação comercial; 4º casta Servil (trabalhadores e servidores) composta dos que fazem a execução das decisões tomadas pelas castas anteriores, deixando toda a responsabilidade das regras que influênciam sua vida, sob a responsabilidade das demais castas.
4 - Livro “Os Noivos” de Alessandro Manzoni, considerado um clássico da literatura mundial, assim como Dom Quixote. Esta nota se retrata a fala de Olavo de Carvalho: Os clássicos são livros que sintetizaram pela primeira vez uma situação da essência do comportamento humano que permeia o debate público. Como verificado no trabalho de estudo de José Monir Nasser.

5 comentários - clique aqui:

Anônimo disse...

Quanta miscelânea, por que querer ser tão ofuscante? Quem entende o que este cidadão quer dizer? Qual a lógica de seu raciocínio? Por que mistura tantos alhos aos bugalhos? Seria interessante manter-se ao nível de sua capacidade intelectual a fazer tremendas confusões. A simplicidade, inclusive intelecutual, é uma virtude a ser cultivada, admirada e imitada.

Anônimo disse...

Diz um dito popular,é melhor ouvir ou ler besteiras, do que ser surdo ou cego. O filósofo pedagogo,segue a risca o que aprendeu, na falta de argumentos convincentes, é melhor filosofa. O filosofo aprendiz, tenta com sua fantasiosa filosofia, substimar a inteligência de outras pessoas, como um professor de Deus, além de ser uma atitude ridícula é deplorável ,inconsequente e incoerente senão vejamos, o dito cidadão é contrário a uma proposta que traz uma evolução do ensino superior da nossa cidade e região, como também o crescimento socio-economico,sendo o mesmo secretário do codep,(conselho do desenvolvimento de Paranavaí), aconselho ao filosofo a pedir demissão do cargo para ser coerente com sua opinião, senão da entender que o mesmo esta sendo usado por pessoas que tem interesses pessoais no processo,contrariando os interesses de todo comunidade, que querem a fusão, basta dar uma olhadinha na enquente no blog do joaquimdepaula.O filosofo ainda da tempo de voce rever suas atitudes em quanto é tempo, é melhor tomar decisões com a cabeça do que com a parte do corpo que se usa pra centar.

Anônimo disse...

Interessante este artigo de autoria de Leandro Machado, ele mostra de forma inteligente e intelectual como deveria ser uma discussão, só o que acho estranho é o estado de tirania que as pessoas se encontram que não conseguem ouvir uma opinião contraria. A massa de manobra, só é mass porque são muito achando algo bom.POr isto a grande votação a favor da fusão....

Anônimo disse...

Meu-deus-o-quê-que-fiz-eu, pra depois de ler o comentário do “anônimo da 01:06” ficar preocupado?
- ¿Como que uma pessoa que pretende combater "filosofia" alheia consegue fazê-lo com tantos e tantos erros crassos de português, de grafia de entonação e outros et ceteras do vernáculo?

Gostaria de ter minha atenção centrada tão-só no bom argumento do tal, na discussão das idéias, mas esses atropelamentos da língua me distraem, parecem-me atropelamentos de alma, de corpo, com sangues, coisas tristes de se ver. Não consigo ser cego a essas constatações... É que isso aprendi desde o Externato Nizia Floresta, aí de minha terá natal, Paranavaí, com minhas inesquecíveis professoras cariocas Roza (com "z" sim!) de Oliveira - a Rosinha, hoje ilustre poeta paranaense -, e Alba Dantas Montenegro. Depois me vieram pela vida afora outras fabulosas mestra(e)s paranavaienses, tais como Dra. Miriã Alencar Furtado e outra(o)s...

Como eu dizia, preocupa-me o fato, sobretudo, porque se trata de alguém que, a julgar pelo teor do texto, das duas uma; ou deve ele(a) ter formação superior ou ainda estar em fase de formação. Se na primeira hipótese, é imperdoável o que demonstrou fazer com a língua portuguesa. Se na segunda, é preciso que reconheça com humildade e aceite a sugestão de mais amizade com o vernáculo, com os dicionários, com a boa literatura e a leitura em geral, a qual deve ser feita mastigando muito bem as palavras, como diria o Iluminado João Guimarães Rosa.

Quanto ao post’artigo do Leandro – políticas à parte –, é muito bom, vez que remete o leitor à reflexão obrigatória de que tudo nessa vida, neste Plano, trafega pela filosofia. Sou partidário da idéia de só quem filosofa acerca dos temas da vida é que consegue extrair o suco dos fatos, das coisas, do bem-viver coletivo, e daí mostrar a outrem caminhos ainda não trilhados.

Para isso deixo aqui uma sugestão ao bloganônimo amigo(a): que assista no Youtube uma entrevista (em 4 vídeos/fases) do sociólogo italiano (traduzida/legendada)de DOMENICO DI MASI a Roberto D'àvila.

Por derradeiro, gostaria de convidar Leandro a participar da blogosfera, criando um blog individual. Conteúdo ele tem pra isso...

Anônimo disse...

Caro¨amigo¨ JR Babalestra, voce caro ilustre professor de Deus, deve ser da mesma turma do ilustrísimo filósofo pedagogo, Leandro Machado que não gosta do trabalho prefere filosofá. sua excelência majistrado da filosófia deveria assumir seu posicionamento contráio sobre a fusão fafipa/uem, tirar a mascará da mais credibilidade as suas posições, dai talvez consigamos discutir o assunto com sabedoria e objetividade.

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Quem sou eu

Paranavaí, Paraná, Brazil
Radialista, apresentador do Jornal do Meio-Dia, na Caiuá FM e Cultura AM (Paranavaí-PR-Brasil) de segunda a sexta, das 12.00h. às 13.00h. E-mail : joaquimpintoster@gmail.com





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