Fusão Uem/Fafipa - Mais um texto do prof.José Augusto

Respeito as opiniões contrárias à fusão da UEM/FAFIPA. Agora, o respeito deve ser recíproco! os leitores do blog não merecem uma discussão de baixo nível de argumentação que em nada contribui para a qualidade do debate. Custo a acreditar que um leitor do blog, que se intitula graduado em Pedagogia pela FAFIPA professe idéias de cunho xenofóbico (segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, xenofobia quer dizer: “Aversão a pessoas e coisas estrangeiras, ódio ao estrangeiro”). Essas idéias são encontradas na figura do citado Sr. Olavo de Carvalho. Daqui a pouco podem vincular a idéia de que os problemas que a FAFIPA enfrenta atualmente são causados pelos professores, alunos e funcionários que vem de fora para contribuir com a Instituição. Coisa do gênero ocorreu no município de São Paulo/SP quando nazi-fascistas, skinheads e outros partidários das idéias da segregação racial, encontraram nos negros, nos pobres, nos nordestinos, nos homossexuais a causa de suas mazelas mais íntimas, e simplesmente partiram para o extermínio dos “diferentes”. Não é possível admitir idéias desqualificadoras sobre a Educação. Essa questão é muito importante para ser tratada desta maneira, entendo a Educação como libertadora do ser humano, pois através dela, busca-se retirá-lo de uma condição de subalternidade e emancipá-lo à condição de pessoa com capacidade de pensar e refletir sobre o mundo e a sociedade em que vive... posso estar enganado, afinal ninguém é perfeito, e eu não sou o único detentor da razão sobre essa questão. Entendo a emoção e a paixão envolta nos argumentos apresentados e admiro a incrível capacidade de argumentação do outro interlocutor, no quesito distorção de idéias. Quero deixar claro uma coisa: não sou CONTRA a FAFIPA, sou a favor de seu desenvolvimento, de seu crescimento, da melhoria de sua qualidade em todos os quesitos relativos a uma IES. Ocorre que a FAFIPA é uma Faculdade, não goza de autonomia didática, financeira, só para citar dois exemplos. Qualquer proposição no sentido de criação de novos cursos, mudança de grade curricular nos cursos antigos tem que passar necessariamente pela SEED, e pela SETI. Nas Universidades isso não ocorre pois existem os órgãos de representação colegiada: COU - Conselho Universitário, órgão máximo da Instituição, inclusive a quem o Reitor se subordina, CEP - Conselho de Ensino e Pesquisa, CAD - Conselho de Administração.

Aplico a essa discussão o ditado popular: “uma andorinha só não faz verão...”, e lendo e refletindo sobre a opinião dos comentadores, expressa nos blogs da cidade, fica nítida a idéia de se vincular a FAFIPA à UEM tendo em vista a percepção de que é bastante interessante se ligar a uma IES com o status acadêmico e o prestígio científico de que a UEM desfruta. Afinal não é do dia para noite que se alcança o 1o lugar dentre as IES do Paraná, e o 20o lugar entre as IES brasileiras. Foram precisos 39 anos para se chegar a esse patamar!. Não precisamos ir muito longe, é só acessar o site www.uem.br e abrir a guia “Conheça a UEM”.

Peço licença aos leitores pois, como não sou afeito a “filosofismos verborréicos de natureza alienígena”, passo a apresentar um resumo das atividades desenvolvidas pela Instituição alvo da crítica de alguns:

- “Ciência: É a primeira entre as universidades do Paraná, pela avaliação do MEC e está entre as 20 instituições com maior produção científica e tecnológica do País, com aproximadamente 700 projetos em andamento, 1.100 pesquisadores e 318 grupos cadastrados no CNPq. Com 93% dos docentes trabalhando em tempo integral e dedicação exclusiva, se desponta na graduação, na pós-graduação e nas parcerias com prefeituras, empresas dos setores público e privado.”(...)

- “Serviços à comunidade: A UEM realiza mais de 100 tipos de exames laboratoriais, atendendo 130 municípios, e produz medicamentos que são distribuídos aos postos de saúde. Mantém uma rede de laboratórios que analisa desde a taxa de penetração de produtos na pele humana até a qualidade da água, do solo, de grãos ou a resistência de materiais; o Centro de Controle de Intoxicações – CCI, que é referência em intoxicações e faz parte da rede nacional de informações da área; a Farmácia Ensino, que é referência na orientação do uso de medicamentos. Ainda oferece, atendimento jurídico gratuito à comunidade carente da Comarca de Maringá, além de cursos técnicos em música e de línguas estrangeiras pelo Instituto de Línguas - ILG - e Instituto de Estudos Japoneses – IEJ. Conta, também um Centro de Educação Infantil, e um Colégio de Aplicação Pedagógica.” (...)

-“ Complexo de Saúde: O Hospital Universitário está inserido em vários programas de saúde pública no País e é detentor do título de Hospital Amigo da Criança. Está certificado como Hospital de Ensino e hoje também presta atendimento de urgência e emergência à comunidade como hospital público regional. Juntos, HUM, Laboratório de Análises Clínicas, Hemocentro, e Clínicas Odontológica e de Psicologia, atendem mais de 160 mil pessoas anualmente.” (...)

-“ Campus Regionais: A UEM é uma universidade com características regionais. Abrange 109 municípios do noroeste do Paraná e mantém atividades de ensino, pesquisa e extensão em Loanda, Cruzeiro do Oeste, Guaíra, Porto Rico, Cianorte, Cidade Gaúcha, Goioerê, Diamante do Norte e no distrito de Iguatemi.” (...)

Fazem parte da UEM os seguintes campi: Campus Regional de Cianorte; Campus Regional de Goioerê; Campus do Arenito: Localizado no município de Cidade Gaúcha; Campus Regional de Diamante do Norte; Campus Regional de Umuarama: congregando o Centro de Ciências Agrárias e o Centro de Tecnologia; Centro de Pesquisa em Porto Rico – NUPÉLIA; Fazenda Experimental de Iguatemi. (Fonte: www.uem.br).

Para finalizar esta reflexão, afirmo o seguinte: todo professor é um pouco D. Quixote sim, e isso não é demérito nenhum, pois as adversidades encontradas no exercício da profissão são inimagináveis para quem não é da área do magistério, seja ele do Ensino Fundamental, Médio ou Superior (pasmem, meu interlocutor se apresenta como pedagogo!). Agora não dá para jogar Miguel de Cervantes, Machado de Assis e outros clássicos da literatura universal na lata do lixo, depreciando e distorcendo suas idéias maravilhosas (excetuando-se claro, o Sr. Olavo de Carvalho, profeta da xenofobia e do caos). Por fim, asseguro o seguinte, todas as tentativas de agressão verbal e filosófica empregadas contra os meus argumentos não buscam atingir só a mim enquanto profissional do ensino superior, buscam atingir também o conjunto da comunidade acadêmica da FAFIPA, bem como seus pares, que vislumbra a possibilidade de desenvolvimento institucional e regional que uma Universidade propicia.

Saudações acadêmicas a todos!!!

Prof. Ms. José Augusto Alves Netto – DHI - FAFIPA