sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Fusão Uem/Fafipa - Mais uma análise de leitor do blog

O Professor José Augusto Alves Netto, da Fafipa, é leitor de nosso blog e enviou o artigo analisando a propalada fusão Uem/Fafipa.

===============================================
Mais algumas idéias para reflexão.
Apresento mais algumas questões para subsidiar a reflexão sobre esse importante momento que vivemos. Na atual conjuntura encontro-me afastado de minhas atividades letivas para cursar pós-graduação, portanto não estou em sala de aula e infelizmente não posso sentir concretamente como as pessoas da comunidade paranavaiense estão levando a discussão da incorporação/fusão/integração (na falta de uma palavra mais precisa para esse fenômeno, vou alternando os termos). Por outro lado, acredito que a distância me permite um grau mínimo de isenção e lucidez ao emitir opinião sobre o fenômeno causado pela difusão das idéias contra e a favor da incorporação UEM/FAFIPA. Em minha primeira manifestação, apontei que a união das duas IES não se daria sem algum tipo de atrito, haja vista a diferença de culturas entre as duas instituições. Para tanto efetuo uma reflexão geral para poder chegar ao particular. No mundo contemporâneo em que vivemos, algumas idéias de cunho administrativo no tocante à gestão das empresas estão em voga. Como um exemplo simples, indico o processo de fusões e aquisições que ocorreram há pouco tempo no sistema bancário brasileiro, é o caso da incorporação do Banco Itaú com o Banco Unibanco, duas sólidas instituições bancárias, que movimentam milhões de reais em ativos financeiros e que coincidentemente neste momento de crise financeira internacional resolveram reunir as duas casas, unir as forças e criar um dos maiores conglomerados bancários do mundo. Dito isto, acredito que a fusão não seja uma entidade a ser demonizada. Pelo contrário, tem que ser analisada e refletida. Entretanto, estamos analisando a questão de uma integração entre duas IES públicas. Não é pretensão de minha parte ficar apresentando dados e indicadores estatísticos sobre o desenvolvimento alcançado pela UEM ou pela FAFIPA, porém os faço com responsabilidade, buscando demonstrar o quanto podemos crescer com esse processo. Estamos discutindo o por que de não querer unir-se a maior Universidade do Paraná (segundo dados do MEC, o link encontra-se logo abaixo). O que me interessa na união entre as duas IES é a integração e a cooperação visando um bem maior que é o desenvolvimento da região noroeste do Paraná, como um todo. No meu singelo ponto de vista as universidades têm um papel educacional e um compromisso social que extrapolam os limites geográficos onde as suas sedes estão localizadas. Acredito que não devamos levar a discussão para o patamar do puro bairrismo, nos moldes “vamos ser subjugados, vamos desaparecer, vamos perder nossa identidade”, e outras opiniões que professam este tipo de idéia desqualificadora. Acredito que a união das duas IES será vantajosa para as duas partes. Outro ponto que quero destacar, não é verdade que exista uma idéia de que com a união os melhores professores e funcionários buscariam uma remoção para a UEM. Para se ter uma idéia do que afirmo, todos os professores do DHI, departamento ao qual estou vinculado e por isso posso falar com conhecimento de causa, residem em Maringá. Somos em 10 professores (as) assim distribuídos: 7 efetivos (concursados), dentre esses 3 professores (as) doutores (as), 3 professores doutorandos e 1 professor mestre, e 3 professores colaboradores (temporários) todos mestres. Todos nós nos deslocamos diariamente pela rodovia que liga Maringá a Paranavaí, desembolsando uma quantia considerável de dinheiro com manutenção de veículo próprio, pagamento de combustível, pagamento de pedágio. Sem nenhum tipo de ressarcimento ou compensação financeira por parte do Estado ou da Faculdade. Afirmo e quero deixar bem claro, não somos heróis, não somos melhores do que qualquer outro profissional do ensino superior que atue na FAFIPA, porém nos arriscamos diariamente para exercer nossa profissão. Então a distorcida idéia do bairrismo não se aplica a nós. Mais um dado para ilustrar o debate. Nunca me esqueço, quando a alguns anos atrás, dois professores de Nova Esperança quando voltavam de suas atividades na FAFIPA, dirigindo carro próprio, atingiram uma vaca que transitava no meio da estrada, próximo ao local onde era o antigo Haras e que hoje em dia virou loteamento residencial. Ainda bem que ninguém morreu no acidente. Mas os dois colegas ficaram bastante machucados, sendo que um deles teve que se aposentar precocemente porque com o impacto da batida teve o seu pescoço atingido e as cordas vocais danificadas. No caso em questão fazemos parte da mesma região geográfica, e temos a possibilidade de implementar um efetivo projeto de desenvolvimento. Como já disse sou um romântico idealista e quero de antemão deixar claro que acredito no debate de idéias, bem como nas reflexões sérias e elaboradas.
Se houver interesse indico para leitura o link:
http://www.informativo.uem.br/cms/index.php?option=com_content&task=view&id=1768&Itemid=31
Por enquanto é só. Saudações acadêmicas a todos !!!
Prof. Ms. José Augusto Alves Netto – DHI - FAFIPA

4 comentários - clique aqui:

Anônimo disse...

Um único comentário contra a fusão fafipa/uem ,foi elaborado por um nobre cidadão de nome Leandro, pásmen os senhores, o mesmo é secretário do CODEP (Conselho de desenvolvimento de Paranavaí), é móle?.
Será que o codep mudo de missão ?

Anônimo disse...

Tá explicado de onde vem os comentários ruins desta cidade,de gente ligada ao barbudo(jorrovi) da Aciap.Tá explicado tamanha burrice.Chega de espertalhoes

Anônimo disse...

Se perguntarmos à população da cidade acredito que a fusão seria amplamente aceita. Somente as pessoas de baixa cultura educacional ou aqueles com interesses difusos ao bem da cidade e região de Paranavaí são contra esta fusão. Paranavaí só tem a ganhar com a fusão. Primeiro porque abriria a possibilidade de novos cursos. Todos os meus irmãos tivemos de sair da cidade para cursar cursos mais dinâmicos não ofertados na Fafipa. Com novos cursos muitas famílias continuariam unidas, sem necessidade de envio de filhos/as para outras cidades. Depois teremos a troca de conhecimentos entre os docentes da Fafipa com os demais colegas da UEM. Teremos ainda a extensão universitária, tão presente na UEM, raríssima na Fafipa. A lista de vantagens suplanta em muito as tais "desvantagens" apresentadas por gente que parece querer o bem da cidade quando na verdade torce para que Paranavaí nunca cresça. Não custa lembrar de gente no passado que não batalhou quando a UEM seria implantada em Paranavaí. Pinto Dias teve a chance de receber a UEP(Univ. Estadual de Pvaí) ao invés da UEM, sabiam? E perdeu a chance de receber a Coca-Cola, que, ao invés de se instalar em Mgá, tinha planos de se instalar em Pvaí. Chega de perdermos chances de desenvolvimento! Chega de sermos notícia nacional pela cracolândia. Não merecemos isso! Fusão JÁ!

Valmir Trentini disse...

Que debate!
Profundidade em vários comentários, dentre os quais identifico o do mestre em história, professor Augusto, outros igualmente elucidadores, de pessoas que não se identificaram, muito provavelmente por algum impedimento técnico nessa chamada blogesfera.
Até mesmo o apresentado pelo Leandro precisa ser respeitado. Seu comentário permitiu novos comentários que põem mais luz na questão.
Joaquim, este material que está sendo produzido precisa ser mantido no acervo virtual que marcará um tempo nesse debate de um grande tema.

Ouça o Jornal do Meio-Dia pelo link da Cultura AM - Clique na logon da Caiuá

Quem sou eu

Paranavaí, Paraná, Brazil
Radialista, apresentador do Jornal do Meio-Dia, na Caiuá FM e Cultura AM (Paranavaí-PR-Brasil) de segunda a sexta, das 12.00h. às 13.00h. E-mail : joaquimpintoster@gmail.com





Arquivo do blog

PARA BUSCAR NO BLOG CLIQUE AS PALAVRAS ABAIXO