sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Crônica do jornalista Parreiras Rodrigues sobre Ivo Cardoso, que foi sepultado agora à tarde em Paranavaí

IVO CARDOSO – UM PEQUENO GRANDE HOMEM

* Parreiras Rodrigues
Nasce uma sucursal do Diário no Reino de Deus. O Luiz Antonio – Bem-Te-Vi – Ferraz agora se dedica a fotografar as ações dos anjos no cumprimento da tarefa de nos guardar aqui nesse Vale de Lágrimas – e de risos, enquanto o Ivo Cardoso se esmera na criação de textos laudatórios às obras do Criador. Ele continua não sendo bobo, obediente às ordens do Patrão, tal qual fazia com o ex-boss, o Bogoni, aí no l.000 da Paraná. Dias desses, na inauguração da Escola Rosalina de Morais, lá em Terra Rica, uma conquista do município intermediada pelo dep. Luiz Accorsi junto ao Governo Requião, perguntei ao meu amigão do DN, o repórter Ricardo Paiva, o porquê do sumiço da coluna do Ivo: ‘Está de férias, o contador de dinheiro de caixa eletrônico?’, indaguei brincando. Quase chorei, o que faço agora, quando o Ricardinho me contou sobre o seu estado de saúde. ‘Parreiras, o Ivo tá fazendo uma falta danada na redação’, respondeu bastante acabrunhado. Imagino comigo que o Ivo é uma dessas pessoas que faz falta no mundo inteiro. Perde a classe política, os agropecuaristas. Perde a Amunpar, perde a Imprensa paranaense. Coração enorme e generoso, incapaz de deselustrar qualquer semelhante. No quase meio século de amizade com o Ivo Cardoso – desde à época da nossa participação no movimento estudantil, começo dos anos da metralha, da mordaça, do coturno, do cipó no lombo de quem discordava dos deuses do Olimpo, nunca da sua boca ouvi uma palavra desairosa mesmo quando se referia à gente de pensamentos contrários ou de atitudes que não afinavam com a sua concepção de vida. Praticante da verdadeira democracia, respeitava a opinião alheia, mesmo que com ela não concordasse. E quanto à sua adoração pela sua Paranavaí, imagino que hajam pessoas que a amem tanto quanto ele. Mais que ele, duvido. Tal e qual, eu, em relação à minha Santa Isabel do Ivaí. Mas devo reconhecer: Ele não veio, como eu, se ‘exilar’ em Curitiba. Apesar de propostas não faltarem. Sei, inclusive, que na sede da Secretaria da Agricultura do Estado do Paraná lá na Rua dos Funcionários, sempre existiu uma sala à sua espera. De repente, Ivo Cardoso deixa o seu cantinho na regional da Seab daí de Paranavaí, o seu outro espaço aí na sede do Diário do Noroeste – sua segunda casa, segunda família – e volta em paz para se abrigar nos acolhedores e carinhosos braços do nosso Criador. É agora, portanto, a primeira vez que vejo o Ivo afrontar alguém. Fazer alguém chorar. E o fez silenciosamente, isto é, partindo. Agora, imagino-o, pequenino, dentro do seu ataúde, do tamanho de um anjinho. Aos amigos do Diário, peço que me imaginem redigindo estes meus sentimentos, como se aí estivesse, abraçado a todos e que façam saber à sua família, o tamanho da importância do Ivo para todos os que tiveram a ventura do gozo do seu sadio convívio.
* Parreiras Rodrigues é jornalista, colaborador do Diário do Noroeste e assessor de Imprensa do deputado Luiz Accorsi. É contemporâneo do advogado e jornalista Ivo Cardoso.

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Radialista, apresentador do Jornal do Meio-Dia, na Caiuá FM e Cultura AM (Paranavaí-PR-Brasil) de segunda a sexta, das 12.00h. às 13.00h. E-mail : joaquimpintoster@gmail.com





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